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Mostrando postagens de 2010

A internet como ferramenta de publicação e divulgação I

A famosa afirmação de McLuhan, “o meio é a mensagem” , pretendia fazer um contraponto para a leitura tradicional dos meios como simples canais de passagem ou suporte aos conteúdos. A tese de McLuhan é a de que, longe de ser “transparente” ou inerte, o meio influencia a interpretação da mensagem e é determinante para a geração do conteúdo . Lamentavelmente, ele faleceu exatamente no momento do surgimento da Internet, um projeto ambicioso iniciado nos anos 60 e consolidado no início da década de 80 com a adoção do protocolo universal de comunicação entre computadores (TCP/IP). Talvez a internet não seja a principal criação do momento em que vivemos, mas sem dúvidas representa uma mudança na forma pela qual nos comunicamos e é a demonstração cabal da tese de McLuhan. Entre palavras como convergência, web, rede de computadores, e-commerce, busca de informação e redes sociais, o que é a internet? Uma plataforma de entretenimento; uma ferramenta de trabalho; um meio de comunicação? Ela pode

Como funciona a decupagem de uma cena? (decupar um roteiro III)

Percebi, através do Google Analytics e dos e-mails que recebemos dos nossos leitores, que o post sobre decupagem é um dos mais acessados. Portanto resolvi dar continuidade ao estudo... Lembrando que os anteriores são bem "básicos", isso porque decupagem é um processe complicado que define todos os aspectos artísticos e até de produção de um audiovisual. Já disse antes mas repito, a decupagem é específica de cada área, ou seja, existe decupagem de produção, de arte, de fotografia... a que expliquei nos outros posts referem-se à decupagem de direção. para ver as postagens anteriores clique nos link abaixo: - Primeiro Post - Segundo Post Vou direcionar esse novo post baseado no email que recebi de Paulo Fernando. Ele pediu para que eu fizesse um novo post semelhante ao primeiro. Para as observações que vou fazer usarei ESSE VÍDEO. trata-se de uma cena do seriado LOST. , e vou comentar, de forma bem simples e sem nenhuma análise dos objetivos da decupagem (deixo isso para os come

Scott Pilgrim Contra o Mundo (Edgar Wright, 2010)

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Um épico de pequenas proporções. Quando Bryan Lee O'Malley lançou a série de quadrinhos Scott Pilgrim em 2004, usando Toronto e um personagem principal meio loser e cabeça-oca como foco, nuvens não se dissiparam e o mundo não mudou para sempre. Apesar de ter atingido relativo sucesso no mundo das graphic novels indie, os leitores de HQs mais ávidos só achavam que a história era boa ou, quase sempre, 'divertida'. Scott só atingiu o pico do amor indie em 2010, quando O'Malley decidiu encerrar a publicação e Edgar Wright, cineasta que virou sensação underground com seu "Todo Mundo Quase Morto" , prometia um épico lançamento de um igualmente épico filme baseado nos seis volumes da série. O lançamento em si foi surpreendentemente fraco. Depois de todo um circo montado em torno de Michael Cera - o ator de um personagem só - e os 7 ex-namorados do mal durante a San Diego Comic-Con em julho, o filme só chegaria por aqui com entrada mais que modesta em três esparsas s

A Origem (Chistopher Nolan, 2010)

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Depois do filme de herói, Nolan se arrisca agora no campo do sonho, e se sai muito bem... O novo filme de C histopher Nolan se concentra "basicamente" no campo do sonho e da imaginação. Cobb (Leonardo DiCaprio) invade o sonho das pessoas e rouba seus segredos mais profundos para depois vendê-los para algum poderoso "cliente". O filme se constrói, desde o início, de maneira bastante surreal, e não conseguimos saber ao certo em que momento estamos dentro de um sonho, em que momento estamos na própria realidade ou se todo o filme é um grande sonho, enfim, a história permite que diferentes interpretações sejam propostas. Cobb é então contratado para fazer um serviço que seria exatamente o inverso do seu, ele teria que inserir um pensamento na cabeça de um homem, a pedido de uma pessoa que Cobb, anteriormente, teria tentado roubar o sonho. Esse "pensamento inserido" faria com que o herdeiro de um poderoso reino dividisse seu império e evitasse o início de um gr

Nada foi em vão (Kiwi Dilemma, 2010)

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Dessa vez não estou aqui para escrever alguma crítica ou texto reflexivo sobre algum filme em cartaz. Venho agora divulgar um trabalho meu e de amigos da faculdade, um clip em plano-sequência que filmamos durante um longo dia de domingo. A câmera utilizada foi Cannon 5D Mark II e não existe, mesmo (eu juro), nenhum corte, foi tudo de resultado de muita dedicação e suor de uma galera que está começando uma próspera caminhada no mundo audiovisual. Espero que vocês gostem, e por favor divulguem, sabem como é o mundo da comunicação, um fala para o outro que fala para o outro e enfim... E não deixem de conferir o making of, vale a pena... "É, a gente ainda é cabaço mas até que fazemos um barulho mais ou menos" - Fábio Aguiar, diretor. *Renan Lima é editor do Audiovisueiros

Dzi Croquettes (Tatiana Issa e Raphael Alvarez, 2009)

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Grupo revolucionou o cenário artístico e cultural brasileiro na década de 70... "Bicha não morre filha...vira purpurina", a expressão, hoje popularmenta conhecida, ganha força extrema no documentário dirigido por Tatiana Issa e Raphael Alvarez, que conta a história do grupo "Dzi Croquettes", famoso na década de 70, por uma inovação teatral através da dança e da música. No contexto histórico, estamos falando do auge da ditadura militar, do AI-5 , onde qualquer forma de liberdade e manifestação política era duramente reprimida, incluindo shows, espetáculos teatrais e até mesmo exibições de filmes em salas de cinema. O grupo, composto inicialmente por 13 homens, fazia shows onde a performance corporal tinha papel de destaque, eles se apresentavam vestidos de mulher ou, na maioria das vezes, semi-nus, gerando ao olhar um certo desconforto e prazer ao mesmo tempo, de uma sexualidade dúbia e andrógina, que mexia com os hormônios e com os desejos de uma platéia extasiada.

O Pequeno Nicolau (Laurent Tirard, 2009)

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e a fábula da infância. Conversando com franceses dias desses, soube que existem dois livros que praticamente toda criança na França acaba lendo - a popular fábrica de lágrimas "O Pequeno Príncipe" e a série de quadrinhos "O Pequeno Nicolau", de René Goscinny (o mesmo das histórias de Astérix). O livro de Saint-Exupéry aborda em profundidade a inocência e propõe reflexões filosóficas sobre a pureza, enquanto os livros de Goscinny mergulham no imaginário pueril das crianças quase que literalmente. No ano passado, a série ganhou uma adaptação cinematográfica produzida na França, que entrou em cartaz no Brasil no início do mês. Mantendo o título original dos quadrinhos, Le Petit Nicolas (2009, dir. Laurent Tirard) conta a história de Nicolau - a escolha da tradução de todos os nomes de personagens indica algum apelo, mesmo que esquecido, ao público infantil -, um menino que tem a vida que gostaria de ter: uma boa família, uma professora amável e colegas divertidos. Nic

É proibido fumar (Anna Muylaert, 2009)

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Sobre músicas e cigarros... O 2° longa-metragem dirigido por Anna Muylaert (o 1° foi Durval Discos, 2002), trás a história de Baby (Glória Pires), coroa solteirona, fumante, professora de música, que vive no apartamento deixado pela mãe e Max (Paulo Miklos), um homem de meia-idade, músico e "supostamente" divorciado. Eles acabam se conhecendo quando ele se torna vizinho de apartamento dela, mas logo descobrem que ambos nutrem um gosto em particular, a música, mas divergem quanto ao gosto pessoal. De qualquer maneira a relação se constitui, entretanto Max não p ermite que Baby fume em seu apartamento, daí o título do filme e a iniciativa de Baby em parar de fumar. Com o decorrer do tempo, Baby descobre que Max mantém contato com sua ex-mulher, que é fumante. A trama se desenvolve de maneira simples, Baby gosta de Max, mas ao mesmo tempo sabe que ele alimenta uma mentira: de não manter relações com sua ex, contudo, a situação muda quando um fato inusitado retira a "ex"

Homem de Ferro 2 (Jon Favreau, 2010)

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Continuação é boa, mas não supera o 1° filme... Robert Downey Jr. retorna no papel do herói milionário Tony Stark, dessa vez assumindo sua identidade secreta publicamente. Nesse novo filme, Stark começa a sofrer com o equipamento instalado em seu peito e revela-se (nessa parte a trama se identifica bastante com a história original) um legítimo alcoólatra, sendo assim, passa boa parte do filme bêbado, o que gera uma pequena crise de identidade e um certo mal-estar para com as pessoas de sua confiança. Em sua companhia continuam a secretaria Pepper Potts (Gwyneth Paltrow) e James Rhodes (Don Cheadle), subtituindo o ator Terrence Howard. O vilão da vez é Ivan Vanko, interpretado por Mickey Rourke que tenta vingar o pai, este que teria sido enganado, no passado, pelo pai de Tony Stark. O enredo se apresenta de maneira clara, sabemos o tempo todo o que está acontecendo, do que Stark tem medo, o que esconde, o que estão tramando contra ele, enfim, não existem muitas surpresas no filme, m

O mundo imaginário do Dr. Parnassus (Terry Gilliam, 2009)

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Surreal e fantástico enriquecem último filme com a participação de Heath Ledger O filme criou muita espectativa a partir da última aparição de Ledger no cinema e acabou gerando inclusive, algumas polêmicas pela troca de atores. O novo filme de Terry Gilliam (um dos criadores da série Monty Python), conta a história de Parnassus, um senhor de mais de 1000 anos, que fez um pacto com o diabo, onde teria que dar a ele sua filha, assim que esta completasse 16 anos. O senhor Parnassus comanda uma pequena trupe: um anão; um jovem menino e sua filha e eles apresentam seus espetáculos contando com a ajuda de um enorme espelho mágico, onde as pessoas podem entrar e se deliciar com suas mais profundas imaginações. Então, eles encontram Tony (Ledger), um rapaz em estado de amnésia que acaba incorporado ao grupo e passa a participar dos espetáculos. Parnassus faz então um outro pacto com o diabo para salvar sua filha e Tony acaba envolvido na situação, consciente ou inconscientemente. O filme t

Mary e Max (Adam Elliot, 2009)

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Stop Motion resgata o espírito da amizade Max, um velho rabugento e Mary, uma jovenzinha de 8 anos? Não, não é um novo filme do Woody Allen, estou falando de uma animação em stop motion exibida no festival de Sundance, que conta a história dos protagonistas já citado s, que não se conhecem mas buscam a mesma coisas: um amigo de verdade. Mary vive com seus pais em uma pequena cidade da Austrália, cultiva uma infância sem graça, onde a única diversão é beber leite condensado assistindo ao seu desenho favorito, "Os Noblets", já Max é um senhor de 44 anos que vive em Nova Iorque, grande amante de cachorro quente de chocolate, encontra em seus animais de estimação e em "Os Noblets" algum sopro de vida. Em um determinado dia, Mary encontra o endereço de Max em uma lista telefônica e eles começam a trocar correspondências. O diálogo se inicia com a pergunta de Mary para Max: "De onde veêm os bebês?", e a partir disso eles iniciam um longo processo de conhecim

Viajo porque preciso, volto porque te amo (Marcelo Gomes e Karim Aiñouz, 2009)

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Marcelo Gomes e Karim Aiñouz em "Viajo" Poderíamos resumir o novo filme de Karim Aiñouz e Marcelo Gomes como uma poesia narrativa, com uma "quase" estrutura clássica (começo, meio e fim) permeada por momentos profundamente subjetivos e emotivos. A história do filme se resume a uma viagem pelo nordeste brasileiro, feita pelo geólogo José Renato (Irandhir Santos, Pedra do Reino) onde ele faz uma pesquisa sobre um possível canal que será construído a partir do desvio das águas. José Renato, personagem o qual nunca vemos o rosto, nos conta dados técnicos sobre a sua viagem, sobre o seu trabalho, informações que ele vai coleta nto para algum fim, que aos poucos vai ficando em segundo plano. Já no pano de fundo da história, outra narrativa começa a se expandir e tomar conta da situação, é uma leitura sobre a memória, o passado e a nostalgia. Percebemos que José deixou um grande amor para trás e que isso ainda o afeta e o perturba, mas ele sabe que deve continuar, esqu

Tudo pode dar certo (Woody Allen, 2009)

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O retorno às raízes de Woody Allen... O novo filme de Woody Allen, "Tudo pode dar certo" (Eua/França, 2009) retoma alguns conceitos contruídos pelo diretor ao longo de sua carreira. Primeiramente, temos um personagem idoso, o alter-ego de Woody Allen, vivido por Larry David, que reclama da vida e diz ser o único que realmente entende a raça humana, este se envolve com uma jovem, a bela atriz Evan R achel Wood, ingênua e sedutora, que precisa dar um rumo na sua vida, e temos também um segundo homem, o belíssimo Henry Cavill, um jovem que se apaixona pela menina e recebe ajuda mãe da mesma para conseguir ficar com ela. Adiociona-se o humor inóspito e as situações inusitadas, características marcantes do cinema woodyaliano . Afora a semelhança com um outro filme do mesmo diretor, "Manhattan" (Eua, 1979), pelas relações e pelas caracterísiticas dos personagens, ainda temos a quebra da 4ª parede, quando, logo no início do filme, David olha diretamente para a câmera

How i met your mother (CBS, desde 2005)

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Antes de mais nada, aqui vai um SPOILER, a série já está no meio da sua 5ª temporada e o protagonista ainda não conheceu a mãe de seus filhos. Continuando... How i met Your mother veio suprir a (minha) necessidade de séries água com açúcar como FRIENDS . Ela conta a historia de TED, ou melhor, TED conta para seus filhos a história de como conheceu a mãe deles, mas esse é apenas um pano de fundo para descobrirmos as partes mais interessantes da vida de TED. A série não tem nada de inovador, mas tudo que ela tem de clichê, ela faz melhor. Sua montagem é evidente e descontraída e seus personagens são muito bem construídos. O protagonista consegue não ser nem o malandro conquistador e nem o bonzinho, ele é um equilíbrio perfeito, um homem comum que ainda assim consegue ser carismático. Diferente do que acontece na maioria das comédias românticas, em que o protagonista tenta alterar características de sua personalidade para conseguir o que quer, TED demonstra uma personalidade e contin

Os famosos e os duendes da morte (Esmir Filho, 2009)

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O cinema sensitivo de Esmir Filho... Mais do que ver e ouvir, é preciso sentir o 1° longa-metragem do diretor Esmir Filho (premiado com os curtas "Alguma coisa assim" e "Saliva"). Sentir, no sentido de captar as sensações que o filme nos permite compartilhar: as sensações daqueles jovens gaúchos, da ponte mortal, da músic a, dos sentimentos reprimidos, do ambiente, da calmitude, do silêncio e do "cú", este último, utilizado no filme como espressão equivalente para o "fim do mundo". Repetindo a estética desenvolvida em "Saliva", Esmir segue novamente com essa preocupação em conciliar som e imagem na criação de sensações, seja de maneira diegética ou não-diegética: uma música (elemento presente e marcante no filme), um barulho de mar, um zumbido de grilo, uma locomotiva de trem, um diálogo em off, enfim, elementos que nos fazem, mesmo que por instantes, ser aqueles personagens, sem se fazer necessário o uso da câmera subjetiva. A hist

Ilha do Medo (Martin Scorsese, 2010)

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Estrelando, Scorsese em "Thriller" Depois de quase 4 anos sem dirigir uma ficção (Scorsese dirigiu "Os Infiltrados" em 2006 e realizou o documentário "Shine a Light", sobre os Rolling Stones, em 2008) Martin Scorsese retorna em grande estilo com o suspense "Ilha do Medo", Leonardo DiCaprio é o novo Robert DeNiro, formando uma parceria com o diretor em mais um trabalho. No Filme, DiCarpio interpreta Teddy Daniels, um policial que investiga o desaparecimento de uma paciente do hospital Shutter Island Ashecliffe, em Boston e conta com a ajuda de seu parce iro Chuck Aule para desvendar o mistério. A trama se passa no ano de 1954, num EUA pós-guerra, Daniels ainda é atormentado por traumas da Segunda Guerra, e aos poucos, conforme a narrativa caminha vamos descobrindo um pouco sobre esse personagem. Mesmo utilizando apenas uma ilha como "cenário" e ambientação da história, temos referências de outros lugares de outros anos que são fundam

As Melhores Coisas do Mundo (Laís Bodanzky, 2010)

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Aos jovens, com carinho... Adolescência, sexualidade e liberdade: a junção desses 3 elementos é fundamental para se contar a história do novo filme de Laís Bodanzky, "As melhores coisas do mundo". Um filme jovem, feito para o público jovem, "As melhores" tráz a vida de Mano, um menino de 15 anos que encara as questões e os "problemas" de uma juventude agitada: a separação dos pais, a revolta do irmão, a paixão adolescente, os círculos de amizade, enfim, retrata o cotidiano do jovem em fase de transição, que tenta entender seus próprios "por quês", muitas vezes encarando a família como inimiga e tornando o diálogo impossível, mas por outro lado, buscando nos amigos a ajuda para resolver os próprios problemas. Junta-se a Mano, a menina Carol, madura para sua idade, ela partilha dos conflitos do amigo, tentando compreender melhor o seu papel no mundo em que está inserida, lidando ainda com uma paixão platônica por um professor da escola. Com d

O segredo dos seus olhos (Juan José Campanella, 2009)

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O segredo dos seus olhos, Juan José Campanella A notória ascensão do cinema argentino não é nenhuma novidade, quando se pensa em cinema latino-americano de qualidade, lembramos sempre de nossos queridos "hermanos". Em "O segredo dos seus olhos", o que encontramos é um cinema maduro e consciente, que "bri nca" com os costumes, as gírias, os tipos e o humor do povo argentino. No elenco, o já consagrado ator Ricardo Darín e a atriz Soledad Villamil formam o casal protagonista numa história que joga com o passado e o presente, tendo como fio narrativo um crime brutal não resolvido: o estupro e assassinato de uma mulher. A narrativa se desenvolve a partir do desenrolar deste caso, dado de um único ponto de vista, ponto de vista este que somente será outro quando a resolução da história será dada pela atitude surpreendente do marido viúvo. O filme conta com interpretações impressionantes, marcada por diálogos muito bem desenvolvidos e uma narração em voz ove

Guerra ao Terror (Kathryn Bigelow, 2009)

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A guerra de poucos...ou de muitos? Mesmo ofuscado pelo rival "Avatar" concorrente direto pelo oscar de melhor filme, "Guerra ao Terror" conseguiu seu espaço e repercutiu de maneira intensa na mídia internacional. O filme mostra o cotidiano de um grupo especial anti-bombas que atua no Iraque. Até aí muitos pensariam: "E lá vem mais um filme de guerra" mas o que se tem é um retrato impressionante e até certo ponto revelador sobre a psiquê desses soldados americanos. Deixando de lado o espírito nacionalista americano juntamente com o "novo" governo Obama (o que na minha opinião será determinante para o resultado do oscar no próximo domingo), o retrato que se faz é de pessoas comuns que tiveram suas vidas completamente modificadas por uma guerra que não lhes pertence e que de um ponto de vista mais externo e abrangente não faz o menor sentido. Os personagens, reais, são dominados pela loucura, uns mais do que outros, e pela pergunta, que de maneira

Invictus (Clint Eastwood, 2009)

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Convicções Invictas Eastwood volta aos cinemas e coloca o apartheid em pauta. Mas dessa vez, qual a moral da história? "Invictus" (2009, dir. Clint Eastwood) é o exemplar mais recente de uma minuciosa cinematografia marcada por dramas pesados e lições de moral às avessas. Clint Eastwood, depois de um hiato de grandes papéis, foi deixando a carreira de ator aos poucos para se juntar ao filão de diretores experientes, sábios defensores do cinema clássico na então pirofágica Hollywood (que coloca 3D e óculos especiais em todos as telas e rostos). Se é do diretor por trás de dramas densos como "Menina de Ouro" ( Million Dollar Baby , 2004) e "Gran Torino" (2008), e ainda colocando no meio a figura emblemática de Nelson Mandela e uma abalada África do Sul, era de se esperar outro drama de se chicotear de culpa na saída do cinema. Não exatamente. O filme começa voltando à libertação de Mandela (Morgan Freeman, que depois de ser Deus pode ser qualquer um, num

Lula, o filho do Brasil (Fábio Barreto, 2010)

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Companheiros e Companheiras... Por meio de toda a mística que existia em torno do lançamento do filme, envolvendo questões como: ano eleitoral, a mistificação do "personagem Lula", a utilização ou não de dinheiro público na produção do filme e o seu elevado orçamento (em torno de R$12 milhões) o que se esperava era praticamente uma campanha eleitoral em forma de ficção, mas não é isso o que acontece, "Lula", antes de ser um filme eleitoral, é um filme brasileiro, que capta muito bem o ideal do "sou brasileiro e não desisto nunca". O filme começa com uma peregrinação da família "da Silva", vinda do interior nordestino para o interior paulistano que nos faz lembrar um pouco o filme "Vidas Secas" de Nelson Pereira dos Santos", entretudo pela figura do animal de estimação da família, um cachorro que aqui também leva o nome de outro animal, "Lobo", mas que neste caso fica no local de origem. Depois disso, temos a luta de