A terceira dimensão e a quarta parede I

(ou quem disse que animação é para crianças?)

O cinema, numa época em que ainda era um bocado jovem e desengonçado, teve que aprender a dividir espaço com a animação. Os desenhos de mundos fantasiosos e coloridos do genial Walt Disney quebravam barreiras a cada novo longa, disputando com o cinemão prêmios, bilheteria e prestígio - principalmente pelo apelo infantil numa terra dominada por adultos e melodramas. Em algumas décadas os temidos "sinais dos tempos" começaram a desbancar as princesas e heróis da Disney nas telonas e os trancaram em fitas de VHS que a molecada colecionava em casa. Foi em meados da década de 1990 que a revolução da animação de longa-metragem atingiu em cheio as salas de cinema: Toy Story, a comovente história de um grupo de brinquedos falantes, inaugurou de vez a febre do 3D e a tradição de qualidade técnica dos estúdios da Pixar.
3D significa três dimensões, ou seja, largura, altura e profundidade. Diferente da Branca de Neve colada na tela de outrora, Woody e Buzz eram táteis, uma simulação impressionante do espaço do mundo real. E além das inovações técnicas, surpresa: roteiro. Moral da história, jornada do herói, ah sim, tudo isso - mas o ingrediente especial eram as piadas que só os adultos podiam entender. Animações para as crianças verem e os adultos que as levam se divertirem junto. E no cinema 3D, ah, bom... virou quase tradição.

(continua...)

*Maíra Testa é colaboradora do Audiovisueiros

Comentários

Gui Ferrari disse…
adorei!

ficou ótimo maira!
Flavio Ferrari disse…
Também gostei ... escreve mais ...

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