Vício Semanal
Diferente do que alguns pensam, um seriado não é um filme muito, muito longo. Cada episódio contém em si o ciclo fundado por Aristóteles em “A Poética”, nosso velho conhecido “começo, meio, fim”. Uma situação é apresentada, um problema é proposto e uma solução é dada até o fim do capítulo. Uma solução raramente permanente, raramente estável, raramente inteligente. Considerando a temporada de um seriado, o mesmo ciclo se repete: apresentam-se os personagens, novos e velhos, cria-se um conflito e resolve-se o conflito até o fim da temporada. Se usarmos como objeto de estudo o próprio seriado, com todas as temporadas, do começo ao fim, também vamos observar que a estrutura é a mesma.
Seriados carregam em si uma meta estrutura: um filme, dentro de outro filme, dentro de outro filme. Sabe-se lá até quando vai essa constante.
De maneira menos teórica e, provavelmente, muito mais simples, o que acaba atraindo o espectador é que essa estruturação, na verdade, permite a aproximação de uma narrativa audiovisual à narrativa subjetiva que cada um tem da própria vida. Nada é constante, nada é permanente, nada é regular. Em um dia acordamos bem, no outro tudo dá errado, nos sentimos otimistas, pessimistas, sortudos, azarados. A solução para um problema raramente tem efeito a longo prazo e se existe uma solução, logo haverá outro problema. No fundo, o que o seriado copia é esse esquema de irregularidades da vida real.
Ainda mais curioso é que mesmo cheios de angústias, problemas, conflitos e complicações em nossas vidas, todos os dias, não nos sentimos satisfeitos e perseguimos outras angústias, outros problemas, outros conflitos e outras complicações. Adoramos sair das nossas vidas, mesmo que seja por um instante, mesmo que essa outra vida também não seja assim tão perfeita.
Seriados carregam em si uma meta estrutura: um filme, dentro de outro filme, dentro de outro filme. Sabe-se lá até quando vai essa constante.
De maneira menos teórica e, provavelmente, muito mais simples, o que acaba atraindo o espectador é que essa estruturação, na verdade, permite a aproximação de uma narrativa audiovisual à narrativa subjetiva que cada um tem da própria vida. Nada é constante, nada é permanente, nada é regular. Em um dia acordamos bem, no outro tudo dá errado, nos sentimos otimistas, pessimistas, sortudos, azarados. A solução para um problema raramente tem efeito a longo prazo e se existe uma solução, logo haverá outro problema. No fundo, o que o seriado copia é esse esquema de irregularidades da vida real.
Ainda mais curioso é que mesmo cheios de angústias, problemas, conflitos e complicações em nossas vidas, todos os dias, não nos sentimos satisfeitos e perseguimos outras angústias, outros problemas, outros conflitos e outras complicações. Adoramos sair das nossas vidas, mesmo que seja por um instante, mesmo que essa outra vida também não seja assim tão perfeita.
*Natália Vestri é colaboradora do Audiovisueiros
Comentários
hoje é sexta-feira, 21/08, e estou tentando encontrar vc desde de manhã, para dizer que amo muito você e que desejo toda a felicidade possível, e a sonhada, e a fantasiada, e a barganhada, a suada... Toda, mesmo que em momentos fugazes, para ser docemente lembrada!
Em tempo, as preferidas: Grey's Anatomy, Sex and the City (claaaaro!)e Men in Trees.
(muuuuito de mulherzinha, né? rs...)