O mundo imaginário do Dr. Parnassus (Terry Gilliam, 2009)

O filme criou muita espectativa a partir da última aparição de Ledger no cinema e acabou gerando inclusive, algumas polêmicas pela troca de atores. O novo filme de Terry Gilliam (um dos criadores da série Monty Python), conta a história de Parnassus, um senhor de mais de 1000 anos, que fez um pacto com o diabo, onde teria que dar a ele sua filha, assim que esta completasse 16 anos. O senhor Parnassus comanda uma pequena trupe: um anão; um jovem menino e sua filha e eles apresentam seus espetáculos contando com a ajuda de um enorme espelho mágico, onde as pessoas podem entrar e se deliciar com suas mais profundas imaginações. Então, eles encontram Tony (Ledger), um rapaz em estado de amnésia que acaba incorporado ao grupo e passa a participar dos espetáculos. Parnassus faz então um outro pacto com o diabo para salvar sua filha e Tony acaba envolvido na situação, consciente ou inconscientemente. O filme tenta, num primeiro momento, se prender num campo mais realista, mesmo com os índices não reais: homem de mais de 1000 anos de idade, diabo, espelho mágico, o que temos é a apresentação de uma história clara e clássica, com uma estrutura completamente segura e óbvia. Mas, aos poucos, vamos embarcando nesse mundo do sonho, através da imaginação das pessoas que conhecem o espelho e também pelo choque de imaginações provacada por Tony (a regra do espelho não permite que duas pessoas o visitem juntas), que acaba servindo como mentor dos curiosos.A direção de arte impecável, explorando ao máximo esse ambiente anti-naturalista, com cores fortes e expressivas, além de objetos e figurinos extravagentes; a fotografia segue o mesmo ritmo, muitas vezes, utilizando movimentos de câmera impossíveis e enquadramentos diferenciados; a montagem altera momentos frenéticos com momentos calmos, em variação com a imaginação de cada personagem. A utilização de outros atores (Johhny Depp, Jude Law e Colin Farrel) para substiuição de Heath Ledger no papel de Tony, acabou casando com a narrativa do filme de uma maneira bastante interessante, ainda mais em se tratando de um campo do sonho e do surreal. O filme se utiliza de um recurso difundido por Alice (Lewis Carrol) e muito bem utilizad

*Renan Lima é editor do Audiovisueiros
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